quarta-feira, 28 de maio de 2008

MORRENDO DE SAUDADES


"Procura vir ter comigo depressa... Apressa-te a vir antes do inverno." II Timóteo 4:9;19-22
O velho e já fraco apóstolo estava com saudades do seu filho. Ele se sentia só e abandonado por muitos. Sim, ele precisava de Timóteo. Essas últimas palavras são cheias de emoção e mostram o lado sentimental do apóstolo.
Há quem diga que o servo de Deus não pode se emocionar e tem que agir sempre com a razão. Que bobagem! Não é isso que vemos em Paulo. Apesar de toda sua firmeza e abnegação, não se constrangia em demonstrar seu amor, seu sentimento – um forte desejo de ter seu amado filho na fé em sua presença.
Paulo estava no fim de sua vida e de um operante ministério. Ele já tinha dado todas as instruções necessárias para seus discípulos, já tinha puxado a orelha dos mais rebeldes, já tinha perdoado os seus ofensores, tinha escrito cartas paras as igrejas e para algumas de suas ovelhas, e, nesse momento, ele sabia que lhe restava pouco tempo nesse mundo e que em breve estaria para sempre na presença do seu Senhor.
Fico imaginando se ele não andava chorando pelos cantos, se ele não gaguejava ao conversar com alguém. Consigo pensar em pelo menos dois bons motivos para isso:
Por um lado, devia estar emocionado na certeza de estar em breve com o Nazareno, e em pensar como seria esse encontro, e quais seriam as palavras ditas naquele momento. Ou seria melhor não dizer nada? Sim, ele estava sensível, muito sensível.
Por outro lado, ele estava muito preocupado com seus verdadeiros amigos, especialmente com Timóteo. Ele queria passar seus últimos momentos com ele. Já fazia um bom tempo que não se viam, por isso ele estava morrendo de saudades. Ele queria beijá-lo, abraçá-lo, encorajá-lo, mas tinha que ser pessoalmente. Ele tinha necessidade de ver seu amado filho.
Não sabemos dizer ao certo se Timóteo conseguiu vê-lo antes de sua morte, provavelmente não, o que deve ter entristecido aquele santo de Deus. Mas o que importa mesmo para nós é que Paulo não escondeu seus sentimentos, nem ficou envergonhado em declarar que estava morrendo de saudades.
Fico pensando na importância dessa carta. Nela Paulo defendeu a verdade e convocou Timóteo a fazer o mesmo, fechando com chave de ouro ao derramar seu coração e seus sentimentos. Aprendo com isso que, na defesa da verdade, não precisamos ser carrancudos, mal educados, arrogantes, insensíveis, nem roubadores da liberdade que temos de expressar os nossos reais sentimentos.
Se quero chorar ao sentir a presença de Deus, por que não posso? Se quero dar uma bela gargalhada por estar muito alegre, o que me impede? Se quero levantar minhas mãos para o céu e glorificar o meu Senhor, quem tem o direito de me proibir?

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