quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CRIAÇÃO


INTRODUÇÃO

Criar significa fazer algo do nada. Quando falamos de Criação, estamos falando de como Deus criou tudo no mundo. Gênesis 1 descreve que o mundo foi criado do nada, enquanto o capítulo 2 descreve a criação do primeiro homem e mulher, Adão e Eva. Esses capítulos relatam a estória da criação de todo o universo em apenas seis dias. O foco de Gênesis não está em como Deus criou o mundo, mas por quê Ele o criou. Ele estava criando algo "muito bom", expressando seus pensamentos sobre beleza e perfeição. Esta é a mensagem de Gênesis: Deus criou o mundo como uma expressão de Si mesmo. E porque o criou, é também Senhor sobre ele. A estória da Criação também nos conta como o pecado entrou no mundo e como o belo e perfeito cenário que Deus criou foi maculado. O mundo agora é imperfeito e algumas vezes feio, mas algum dia será restaurado.

ENTENDENDO A CRIAÇÃO

É difícil entender tudo a respeito de um evento enorme como a Criação, ocorrido há tanto tempo atrás. Ao invés de procurar entendê-la cientificamente, é melhor pensar no que ela significa realmente.

1. Na Criação, Deus conquistou o caos. Antes de ser criado o universo, "a terra, porém, era sem forma e vazia" (Gênesis 1: 2). Gênesis 1 nos relata como o Deus de Israel transformou o caos num universo organizado.

2. A Criação originou-se na boa vontade de Deus. Foi um ato livre de Deus e foi bom (1:31). Os cristãos crêem que a vida é um maravilhoso presente de Deus, não um acidente sem significado.

3. A Criação é sombreada pelo pecado (Romanos 8: 18-25).

4. A Criação depende de Deus. O relacionamento entre Deus e sua criação está exposto em Efésios 4:6. Deus é sobre todas as coisas - isto é, Ele está no controle, acaba tudo - isto é, trabalha em todas as coisas. Deus está em tudo - está divinamente presente na criação inteira (Salmo 90:1-4). É gratificante conhecer a Pessoa responsável pelo universo inteiro.

5. Deus ordenou que o universo existisse (Gênesis 1;1; Hebreus 11:3). Porque o mundo foi criado com palavras, sabemos que há uma divina Pessoa por trás disso

e dessa forma até as frias camadas do espaço parecem familiares (Salmo 8:9; Romanos 1:20).

A CRIAÇÃO E AS PESSOAS
A Criação nos revela várias coisas sobre nós mesmos, incluindo nossa posição e responsabilidades no universo de Deus. Homens e mulheres foram criados à imagem de Deus (Gênesis 1: 26-27). Deus fez homens e animais do pó da terra, mas somente os homens foram criados à Sua imagem. E por serem criações especiais encontram seu significado e propósito em viver com Deus, zelando por Sua criação, tendo domínio (responsabilidade) sobre ela (Gênesis 1:28; 2:15; Salmo 8).

A CRIAÇÃO E DEUS
A Criação é algumas vezes chamada "revelação geral" . Quando olhamos para coisas tão lindas como as estrelas, sabemos que Deus é grande, magnífico e também criativo.

Tudo foi criado por Ele que está no comando de todo o universo. Há um Senhor sobre tudo isso.

Um dos grandes encorajamentos em toda a Escritura vem do apóstolo Paulo: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8: 38-39).
No Velho Testamento, um dos principais usos da doutrina da Criação é separar o Deus verdadeiro dos falsos ídolos. Idolatria é adoração de deuses que não criaram o mundo. Somente um, o verdadeiro Deus é o Criador.

No Novo Testamento, encontramos a doutrina do "Cristo cósmico", que significa que Cristo é o Criador e Sustentador do universo (João 1:1-2; Colossenses 1: 16-17; Hebreus 1:3). O objetivo de ligar Cristo à Criação é mostrar que Ele é mais do que um simples judeu do primeiro século da Palestina.

A CRIAÇÃO E A CIÊNCIA

Alguns cientistas pensam que as muitas condições necessárias à vida, todas existentes de forma marcante na Terra, são prova de que a Criação pode ser provada pela Ciência. A "teologia cósmica" se baseia no argumento de que a vida é tão complexa que só pode ter sido criada.

Outra prova da Criação é a teoria do "big bang" que afirma que o universo foi criado a partir de uma enorme explosão que ocasionou a distribuição de matéria por todo o espaço. Esta teoria não descreve como se formou a primeira "matéria" que explodiu. De fato, parece necessitar de um Criador para causar a grande explosão. A doutrina cristã da Criação a partir do nada (nihil, em Latim) significa exatamente isto: a origem absoluta, o sustento e o significado de todas as coisas são encontrados no Deus vivo.

Um outro argumento vem da segunda lei da termodinâmica e do conceito de entropia. Entropia se refere à diminuição no nível de energia ou temperatura até o estágio em que não há nenhuma energia. O universo não é infinitamente velho, pois se assim fosse já estaria congelado. Como ainda existem estrelas e sóis, o universo deve ter sido criado num determinado tempo atrás.
AS QUESTÕES QUE ENVOLVEM A EVOLUÇÃO

Quando Charles Darwin propôs a evolução biológica em meados do séc. XIX, muitos cristãos evangélicos discordaram. Eles objetaram ainda mais energicamente quando livros sobre evolução humana foram escritos. Tanto católicos romanos quanto protestantes evangélicos têm levantado vários pontos a respeito da controvérsia da evolução. Alguns deles são:

1. Alguns argumentam que a evolução é contrária aos ensinos da Escritura e, em nome da ciência, é atualmente o supremo desafio da autoridade da Escritura. Assim, nunca devemos hesitar na batalha contra a evolução.

2. Outros encontram uma resolução satisfatória na "evolução deísta" - isto é, a crença no fato de que Deus iniciou o processo de evolução e ainda o mantém.

3. Muitas vêem os paralelos entre a ordem de camadas de fósseis na chamada "coluna geológica" e os seis dias da Criação muito prováveis de serem acidentais. Para eles há harmonia essencial entre "Gênesis e geologia". Acreditam que Deus usou um processo evolucionário limitado para criar subespécies.
4. Muitos consideram a evolução como uma teoria semelhante às demais, que será provada ou desacreditada no laboratório ou no campo. Consideram que a doutrina da Criação não é contra nem a favor da evolução porque é um nível diferente de explanação: "a Ciência diz como, a Escritura diz por quê."

5. Teilhard de Chardin, jesuíta paleontólogo, tentou salvar o Cristianismo da evolução "cristificando" todo o processo de evolucão.

6. O escritor britânico C.S. Lewis, entre outros, distinguiu evolução do que deve ser chamado "evolucionismo". Lewis disse que a validade da evolução como uma tese científica limitada é decisão dos cientistas. Mas a noção de um mito evolucionário global, como substitutivo para a doutrina da Criação, não é claramente científica.

CRIAÇÃO, CIÊNCIA E MORALIDADE

Alguns dizem que a crise ecológica mundial se deve à falta de fé cristã, que inspirou o homem - como "senhor da criação" - a explorá-la. Mas este não é o significado de Gênesis 1:28. Na ordem de Deus para "dominar sobre" está implícito ser responsável, cuidar da Sua criação. Uma série de textos do Velho Testamento mostra claramente que a Escritura fala sobre a responsabilidade humana no mundo de Deus. Ela está em paralelo com os conceitos ecológicos modernos.

A Ciência amplia o entendimento teológico pela contínua atualização do nosso conhecimento do universo, mas a doutrina bíblica da Criação não invalida os avanços da ciência. Para o cristão, o mundo estudado pelos cientistas e meditado pelos filósofos permanece aquele criado por Deus.

MITOS DA CRIAÇÃO E GÊNESIS
O relato de Gênesis sobre a Criação difere sobre os mitos pagãos em pelo menos dois aspectos. Primeiro, os relatos diferem em seu propósito. Os mitos pagãos servem principalmente para preservar a vida e a sociedade contando uma estória que se repete na esperança de que algo mágico possa acontecer. Embora o relato bíblico tenha implicações com relação à vida e sociedade, serve basicamente para ensinar ao povo da aliança com Deus, não havendo nenhum poder na estória em si.

Segundo, os relatos diferem em qualidade. A narrativa da criação em Gênesis apresenta uma teologia direta com poucos adornos. Contada como uma estória, soa verdadeira mesmo numa época de descobertas científicas, quando as pessoas estão acostumadas a explicações científicas de acontecimentos naturais. Uma pessoa bem-informada pode aceitar Gênesis como uma afirmação autorizada do significado e propósito da natureza. Baseado nesse conhecimento, pode confortavelmente ter uma vida de devoção ao divino Criador. Em contraste, os mitos da criação apresentam uma teologia infundada e uma moralidade mais infundada ainda. Os mitos mais antigos, que apelam para os modernos praticantes das "ciências ocultas" por várias razões são simplesmente inacreditáveis como verdade religiosa. Os deuses dos antigos mitos foram enterrados no entulho das civilizações extintas. O Deus da Bíblia vive.

A forma literária de Gênesis 1-3 mostra que esse texto não é teologia. Ele não faz afirmações analíticas sobre Deus. Contudo, apresenta uma visão de Deus completamente diferente dos deuses dos mitos pagãos. Deus está presente "no princípio". Ele é único e cria de maneira soberana, com singularidade de propósito. Em contraste, os mitos pagãos retratam o início do universo como um evento impessoal e caótico. Nessas estórias, o caos evolui para o cosmos e os deuses aparecem por acaso. O subseqüente desenvolvimento de céu e terra é visto como uma batalha de poder cósmico entre deuses rivais. De novo, o Criador em Gênesis é diferente e maior do que os céus e a terra que cria.

A Bíblia entende a natureza humana de uma maneira diferente. Em Gênesis homem e mulher são criaturas distintas do Criador, embora feitas à sua imagem e semelhança. Foram criados para governar a terra como agentes de Deus, aos quais foram delegadas responsabilidades claras. Gênesis procurou trazer a comunidade humana para uma relação viva, pessoal e pactuada com Deus.

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