quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

HEBRAICO


O hebraico era a língua do povo judeu, na qual quase todo o Velho Testamento foi escrito. No tempo do exílio dos judeus na Babilônia (séc VI AC), o povo judeu adotou o aramaico como sua principal língua. E nos tempos do Novo Testamento, muitos judeus falavam grego. Mas séculos após séculos, os estudiosos judeus continuaram a aprender e transmitir o hebraico das Escrituras. De fato, um tipo de hebraico é ainda falado hoje pelos judeus.
A língua hebraica se originou do povo que a falava. Mas o Velho Testamento não usa o termo "hebreu" para descrever a língua no qual foi escrito. (Usa "hebreu" somente para se referir ao povo hebreu). Em vez disso, o Velho Testamento se refere à "lingua de Canaã" (Isaías 19:18) ou "língua de Judá" (Neemias 13:24). O Novo Testamento, entretanto, usa a expressão "língua hebraica").
A forma de construção da língua e os termos que emprega ajudam a dar forma aos pensamentos do povo que a falam. Estudiosos da Bíblia aprendem hebraico para serem capazes de entender realmente o que Deus estava dizendo através dos escritores do Velho Testamento. Devemos lembrar que a Bíblia não foi escrita na nossa língua. Por trás das traduções em Português que lemos - embora sejam muito boas - estão os manuscritos originais da Bíblia e o texto escrito em hebraico e grego. Foram aquelas palavras que Deus inspirou, não as das nossas versões.
Dedicar-se a entender as linguagens bíblicas é uma tarefa nobre. É uma maneira de chegar mais próximo ao verdadeiro sentido da Escritura de tal forma que possamos "pensar os pensamentos de Deus" e obedecer cada palavra Dele.

ORIGEM E HISTÓRIA
Nossa compreensão de onde a língua hebraica veio e como se desenvolveu através do tempo tem sido melhor do que de costume. Mas ainda há muito a ser aprendido sobre ela.
Na Idade Média, acreditava-se que o hebraico era a língua primitiva da humanidade. Mesmo na América colonial, o hebraico ainda era mencionado com "a mãe de todas as línguas". Pesquisas sobre as línguas, no entanto, provaram que essa teoria era falsa.
Na verdade, o hebraico é um dos diversos dialetos cananitas que incluíam o fenício, o ugarítico e o moabita. Existiram outros dialetos cananitas (amonita, por exemplo), mas temos muito poucos exemplos deles para que seja feita uma investigação apropriada. Tais dialetos já existiam na terra de Canaã antes de sua conquista pelos israelitas.
Até cerca de 1974 DC, os mais antigos exemplos da língua cananita eram encontrados nos documentos de Ugarit e Amarna datados dos séculos XIV e XV AC. Umas poucas palavras e expressões cananitas apareceram nos primeiros documentos egípcios, mas a origem do cananeu era incerta. Entre 1974 e 1976, entretanto, perto de setecentas mil lápides foram desenterradas em Tell Mardikh (antiga Ebla) no norte da Síria, escritas num dialeto semita desconhecido anteriormente. Provavelmente por serem datados de 2400AC (e mesmo até antes), muitos estudiosos pensam que a língua devia ser o "antigo cananeu" que deu origem ao hebraico.
Naturalmente o hebraico não permaneceu o mesmo através do período bíblico. Todas as línguas mudam com o tempo. Por exemplo, o inglês usado no tempo de Alfredo, o Grande (séc. IX DC), mais parece uma língua estrangeira para os que falam inglês hoje. E embora o hebraico tenha se mantido estável por muitos séculos, não foi exceção para o princípio geral da alteração da língua. Poemas como a Canção de Débora (Juízes 5) tendeu a preservar a forma mais antiga da língua. Mudanças que ocorreram mais tarde na longa história da língua são mostradas pela presença de palavras em desuso (frequentemente preservadas na linguagem poética) e pela diferença de estilo. Por exemplo, o livro de Jó reflete um estilo mais antigo do que o livro de Ester.

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