domingo, 10 de abril de 2011

Mortes não trazem arrependimento a pastor que queimou o alcorão

A sua igreja perdeu fiéis e agora está reduzida a poucos membros. Ele está basicamente falido. Alguns de seus vizinhos lhe desejam mal. E a sua cabeça vale uma enorme recompensa. No entanto, Terry Jones, o pastor que organizou um julgamento simulado que terminou com a queima de uma cópia do Alcorão e levou à violência no Afeganistão disse no sábado que não se arrepende. Ele disse estar "triste" e "comovido" com as mortes, mas que, dada a oportunidade, faria tudo novamente.



"Eu queria causar comoção. Se não balançamos o barco, todo mundo permanece complacente", disse Jones em uma entrevista em seu escritório na Dove World Outreach Center. "Emocionalmente, não é fácil. As pessoas tentaram nos responsabilizar por aqueles que morreram. Isso é injusto e prejudicial”.
Protestos violentos contra a queima do Alcorão continuaram no sábado em Kandahar, no Afeganistão, onde nove pessoas foram mortas e 81 ficaram feridas. No dia anterior, 12 pessoas foram mortas quando uma multidão invadiu um prédio da ONU em Mazar-i-Sharif, embora no sábado autoridades da ONU no Afeganistão tenham culpado agentes do Taleban infiltrados pelas mortes. Eles disseram que as vítimas haviam sido deliberadamente assassinadas em vez de mortas por uma multidão fora de controle.


Foto: The New York Times
Terry Jones em seu escritório, onde mantém um pôster do filme Coração Valente, em Gainesville, Flórida
"Será que nossa ação os provocou?" perguntou o pastor. "Claro que sim. É uma provocação que pode ser justificada? É uma provocação que deve levar à morte? Quando advogados me provocam, quando bancos me provocam, quando repórteres me provocam eu não posso matá-los. Isso não funciona assim”.

Jones, 59 anos, com seu grande bigode branco, rosto envelhecido e voz profunda, parece ser um homem de um tempo diferente. Na mesa de seu escritório quase sem adornos, ele mantém uma Bíblia em uma capa de couro marrom desgastado e, na parede, um pôster do filme Coração Valente. Ambos, segundo ele, fornecem alimento espiritual para a sua missão: disseminar a mensagem que o islã e o Alcorão são instrumentos de "violência, morte e terrorismo".

Nas últimas semanas, Jones disse que recebeu 300 ameaças de morte, principalmente via email e telefone, e foi informado pelo FBI que existe uma recompensa de US$ 2,4 milhões por sua vida. Para proteção, seus seguidores – os cerca de 20 a 30 que permaneceram – portam armas abertamente (eles têm licenças, segundo ele) e se tornaram mais rigorosos ao revistar carros e bolsas de visitantes. A igreja está fechada. Proteção policial é necessária quando os fiéis viajam, disse Jones.

"As pessoas querem ouvir a boa notícia. Mas a igreja tem a responsabilidade de falar sobre a palavra de Deus. Mas também tem que falar sobre o que é certo – seja contra o aborto ou o Islã. As igrejas e os pastores têm medo”.

"As coisas não estão fáceis nesse momento específico”, disse Jones, um nativo do Missouri cuja primeira carreira foi como gerente de hotel. "Este não é um empreendimento lucrativo”.

Os moradores de Gainesville, que abriga a Universidade da Flórida, também estão pouco entusiasmados. Na frente da igreja, um cartaz que diz O Islã é do Diabo foi editado pelas pessoas para dizer "Ame Todos os Homens". Em um conjunto habitacional do outro lado da rua, alguns dos moradores disseram que mal podem esperar para que Jones vá embora. "Por que eles estão tentando incitar o ódio e a raiva?" perguntou Shawnna Kochman. "Eles são ruins. Deus deve amar a todos. Isso é um culto”.por pastor Erkki Messias

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