O termo "evangélico" na América Latina, designa as religiões cristãs originadas ou descendentes da Reforma Protestante Européia do século XVI. Está dividido em duas grandes vertentes: o protestantismo tradicional ou histórico, e o pentecostalismo. Os evangélicos que hoje representam 13% dos brasileiros, ou mais de 23 milhões de pessoas, vem tendo um crescimento notável (no Censo de 1991 eram apenas 9% da população - 13,1 milhões). As denominação pentecostais são as responsáveis por esse aumento.
Protestantismo histórico - Esse grupo surge no Brasil de duas formas: uma decorre da imigração e a outra, do trabalho missionário. O protestantismo de imigração, forma-se na primeira metade do século XIX, com a chegada de imigrantes alemães ao Brasil, em especial à Região Sul, onde fundam, em 1824, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. As igrejas do protestantismo de missão são instituídas no país na segunda metade do século XIX, por missionários norte-americanos vindos principalmente do sul dos Estados Unidos e por europeus. Em 1855, o escocês Robert Reid Kelley funda, no Rio de Janeiro, a Igreja Congregacional do Brasil. Segundo o Censo de 1991, os protestantes tradicionais são 3% da população brasileira e estão concentrados, em sua maioria, no sul do país. Nas últimas décadas, com exceção da Batista, as igrejas protestantes brasileiras ou estão estagnadas, apenas em crescimento vegetativo, ou em declínio. Seus integrantes têm, em média, renda e grau de escolaridade maiores que os dos pentecostais.
Luteranos - As primeiras comunidades luteranas de imigrantes alemães se estabelecem no Brasil a partir de 1824, nas cidades de São Leopoldo (RS), Nova Friburgo (RJ), Três Forquilhas (RS) e Rio de Janeiro (RJ). O primeiro templo é construído em 1829, em Campo Bom (RS), e os pastores europeus chegam depois de 1860. Em 1991, há 1 milhão de membros, localizados principalmente no Rio Grande do Sul, e 1,1 milhão em 1995. Até 2000, o número de luteranos, bem como dos demais protestantes históricos, não sofre alteração significativa. Os luteranos, como os anglicanos, estão mais próximos da teologia professada pela Igreja Católica. Em 1999 chegam a assinar um documento histórico em que colocam fim às suas divergências sobre a salvação pela fé. Das correntes luteranas, a maior e mais antiga no Brasil é a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, com 410 paróquias espalhadas por todos os estados brasileiros, segundo dados da própria igreja. Posteriormente, surgem outras correntes luteranas, como a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, vinda dos Estados Unidos no início do século XX.
Metodistas - Primeiro grupo de missionários protestantes a chegar ao Brasil, os metodistas tentam fixar-se no Rio de Janeiro em 1835. A missão fracassa, mas é retomada por Junnius Newman em 1867, que começa a pregar no oeste do estado de São Paulo. A primeira igreja metodista brasileira é fundada em 1876, por John James Ranson, no Rio de Janeiro. Concentrados sobretudo na Região Sudeste, os metodistas reúnem 138 mil fiéis e 600 igrejas em 1991, conforme censo do IBGE. De acordo com o livro Panorama da Educação Metodista no Brasil, publicado pelo Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (Cogeime), atualmente são 120 mil membros, distribuídos em 1,1 mil igrejas. Entre os ramos da igreja metodista, o maior e o mais antigo é a Igreja Metodista do Brasil. Sobressaem também a Igreja Metodista Livre, introduzida com a imigração japonesa, e a Igreja Metodista Wesleyana, de influência pentecostal, estabelecida no Brasil em 1967. Os metodistas participam ativamente de cultos ecumênicos. Na educação têm atuação de destaque no ensino superior, com 23 mil alunos matriculados em 2000.
Presbiterianos - A Igreja Presbiteriana do Brasil é fundada em 1863, no Rio de Janeiro, pelo missionário norte-americano Ashbel Simonton. Maior ramo da igreja presbiteriana do país, possui 150 mil membros, 600 pastores e 700 igrejas. Em 1903 surge a Igreja Presbiteriana Independente, com cerca de 50 mil membros. Há ainda outros grupos, como a Igreja Presbiteriana Conservadora (1940) e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1966), que somam 5 mil membros. Esta última é a igreja protestante brasileira mais aberta ao ecumenismo. Um de seus fundadores, o reverendo Jaime Wright (1927-1999), foi um dos religiosos que se destacaram na luta contra a tortura durante o regime militar de 1964. Na década de 70 surgem grupos com características pentecostais, como a Igreja Cristã Presbiteriana, a Igreja Presbiteriana Renovada e a Igreja Cristã Reformada. Pelo censo de 1991, têm 498 mil membros. Os presbiterianos mantêm na capital paulista uma das mais importantes universidades do Brasil, a Mackenzie.
Adventistas - Os primeiros adeptos da Igreja Adventista surgem em 1879, em Santa Catarina. A Igreja Adventista do Sétimo Dia, a maior desse ramo no país, é organizada em Gaspar Alto (SC), em 1896. Em 2000, a instituição estimava ter quase 1 milhão de membros e 3.696 igrejas. Entre os outros ramos que aqui se desenvolvem estão a Igreja Adventista da Promessa e a Igreja Adventista da Reforma. Os adventistas mantêm uma extensa rede hospitalar e estão em todos os estados brasileiros.
Batistas - Os batistas chegam ao Brasil após a Guerra Civil Americana e se estabelecem no interior de São Paulo. Um dos grupos instala-se em Santa Bárbara d'Oeste (SP) e funda, em 1871, a Igreja Batista de Santa Bárbara d'Oeste, de língua inglesa. Os primeiros missionários desembarcam no Brasil em 1881 e criam no ano seguinte, em Salvador, a primeira Igreja Batista brasileira. Em 1907 lançam a Convenção Batista Brasileira. Em meados do século, surgem os batistas nacionais, os batistas bíblicos e os batistas regulares, que somam 233 mil membros. Em 1991, o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, registra 1,5 milhão de membros em todo o país.
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